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Tratamento inovador à base de vesículas de células estaminais para lesões da espinal medula

Devido à limitada capacidade de regeneração do sistema nervoso central, as lesões na espinal medula podem ter consequências devastadoras, como paralisação e perda de sensação no corpo abaixo do local da lesão. Estima-se que mais de 27 milhões de doentes se encontrem, neste momento, a enfrentar as consequências decorrentes de uma lesão na espinal medula. Para além das limitações físicas, outras dimensões, como o estado psicológico, a vida social, familiar e profissional, são também afetadas. Inúmeros ensaios clínicos têm vindo a estudar a possibilidade de tratar estas lesões utilizando células estaminais. Um estudo em modelo animal, recentemente publicado, descreve uma estratégia inovadora para o tratamento de lesões na espinal medula, utilizando vesículas libertadas por células estaminais da placenta, aplicadas num gel de ácido hialurónico. Os resultados são promissores.

Gel com vesículas libertadas por células estaminais promove recuperação da função motora

Neste estudo, os investigadores partiram da premissa de que as células estaminais mesenquimais libertam vesículas – designadas exossomas – que contêm fatores anti-inflamatórios e com potencial regenerativo, facto já demonstrado em estudos anteriores. As vesículas foram obtidas a partir de células estaminais mesenquimais da membrana amniótica da placenta, colhida após o nascimento. Um dos desafios deste trabalho foi desenvolver uma forma eficaz de colocar estas vesículas no local da lesão, de modo a aí exercerem a sua ação terapêutica. Para otimizar a ligação ao local da lesão e a retenção das vesículas “terapêuticas” utilizou-se um gel de ácido hialurónico modificado. A esta formulação de exossomas contidos no gel de ácido hialurónico designaram Exo-pGel. A sua eficácia terapêutica foi testada em ratos que, após sofrerem uma lesão na espinal medula, foram divididos em três grupos: o grupo que recebeu apenas solução salina; o grupo que recebeu pGel (gel de ácido hialurónico sem exossomas) e o grupo de tratamento, que recebeu Exo-pGel. Contrariamente aos animais que receberam apenas solução salina – que, 28 dias após a lesão, tinham perdido a sensibilidade e movimento nos membros inferiores de forma quase total – os que receberam Exo-pGel demonstraram uma recuperação da função motora, que foi significativamente superior à observada nos que receberam só o gel, sem vesículas “terapêuticas”. Desta forma, os autores demonstraram que o Exo pGel foi capaz de promover a recuperação da função motora em modelo animal, o que sugere a regeneração das ligações nervosas no local da lesão. O estudo incluiu, ainda, a comparação do efeito das vesículas “terapêuticas” administradas através do gel ou por via intravenosa, tendo-se verificado que a utilização do gel levou a uma maior concentração das vesículas em torno do local da lesão, consistente com os melhores resultados terapêuticos que este grupo demonstrou, comparativamente ao grupo tratado por via intravenosa.
No seu conjunto, estes resultados demonstram que a utilização de vesículas derivadas de células estaminais neonatais numa matriz de ácido hialurónico é capaz de promover a recuperação de lesões na espinal medula em modelo animal, representando uma estratégia promissora a testar em futuros ensaios clínicos, com vista à translação para a clínica.
Referência:
Li L, et al. Transplantation of Human Mesenchymal Stem-Cell-Derived Exosomes Immobilized in an Adhesive Hydrogel for Effective Treatment of Spinal Cord Injury. Nano Lett. 2020. doi:10.1021/acs.nanolett.0c00929 [Published online ahead of print]