Células estaminais mesenquimais do tecido adiposo no tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica – Iniciado ensaio Clinico de fase 1 nos EUA
A Esclerose lateral amiotrófica (ELA), também designada de Doença de Lou Gehrig, ou ainda, doença de Charcot, é uma doença neurológica degenerativa, progressiva. Na ELA os neurónios motores, morrem precocemente, deixando de enviar mensagens aos músculos. Os doentes vão por isso perdendo a mobilidade, a capacidade de falar e de comer, até que, eventualmente, os músculos que controlam a respiração deixam de funcionar, causando Insuficiência Respiratória, a principal causa de morte na ELA. Esta doença afecta 5 em cada 100.000 indivíduos em todo o mundo, desconhecendo-se a sua causa. Afecta geralmente pessoas mais idosas, mas existem casos de pessoas que apresentam a doença na faixa dos 20 anos. A esperança média de vida varia entre os 2 e 5 anos, existindo porém casos em que a progressão é mais lenta. Um caso único até ao momento, é o caso do físico teórico e cosmólogo britânico Stephen William Hawking que vive com a doença há mais de 50 anos.
Actualmente não existe tratamento eficaz ou cura para a doença. Por essa razão, um pouco por todo o mundo, vários grupos se dedicam ao estudo desta doença com o objectivo de encontrar uma cura, ou uma terapêutica que trave a sua progressão. As células estaminais, dado a sua capacidade de regenerar tecidos, surgem como mais uma ferramenta com potencial para o tratamento desta doença. Existem já alguns ensaios clínicos envolvendo células estaminais para o tratamento da ELA.
Neste contexto, a Mayo Clinic, nos EUA, iniciou recentemente um ensaio clinico de fase I utilizando células mesenquimais autólogas para evitar a progressão da ELA. Este ensaio clinico pretende averiguar se é seguro injectar por via intratecal (isto é, directamente no liquido cefalorraquidiano) células estaminais mesenquimais autólogas isoladas a partir do tecido adiposo. O ensaio pretende incluir 25 doentes e testar diferentes doses de células estaminais. As células mesenquimais serão isoladas a partir do tecido adiposo do próprio doente e expandidas em laboratório. Posteriormente, essas células serão injectadas por via intratecal com o objectivo de promover a sobrevivência dos neurónios. Os doentes serão depois seguidos durante pelo menos 2 anos.
Os investigadores esperam que estas células mesenquimais permitam proteger a função neuromuscular e, desta forma, abrandar, ou parar, o desenvolvimento da doença. Se os resultados deste ensaio forem os esperados, será iniciada a fase 2 deste ensaio clinico, que permitirá estudar a segurança e eficácia do procedimento num maior número de doentes.
Fonte: