Células estaminais do tecido do cordão umbilical no tratamento de osteoartrite
A osteoartrite é a patologia articular mais comum e caracteriza-se pela degradação progressiva da cartilagem das articulações afetadas, resultando em perda de mobilidade e função articular. A osteoartrite pode afetar várias articulações, nomeadamente das mãos, pés, coluna vertebral, ancas e joelhos. Os sintomas manifestados por estes doentes incluem dor nas articulações afetadas, rigidez e limitação dos movimentos. A osteoartrite é mais prevalente entre a população idosa e está associada a um grau significativo de incapacidade e diminuição da qualidade de vida.
Apesar do aumento global na incidência da osteoartrite, não existem tratamentos farmacológicos ou cirúrgicos eficazes na recuperação da estrutura original da cartilagem danificada. Alguns estudos indicam que a utilização de células estaminais poderá vir a constituir uma estratégia para tratar esta doença. Foi já demonstrado por vários grupos de investigação que as células estaminais mesenquimais apresentam grande potencial para a regeneração de cartilagem, sendo, por isso, boas candidatas para utilização no tratamento de osteoartrite. O tecido do cordão umbilical é uma fonte muito atrativa para a obtenção de células estaminais mesenquimais, pela facilidade de preparação, elevada taxa de proliferação e baixo risco de contaminação.
Células estaminais do cordão umbilical como alternativa terapêutica para osteoartrite
Um estudo recente explorou a interação entre células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical (UC-MSC, do inglês Umbilical Cord-Mesenchymal Stem Cells) e células de cartilagem danificada por osteoartrite, de modo a avaliar o seu potencial terapêutico nesta patologia. Os investigadores colheram células da cartilagem – designadas condrócitos – a partir da articulação do joelho de doentes com osteoartrite e depois colocaram-nas em contacto com o meio de cultura onde tinham crescido UC-MSC. Observou-se que os condrócitos se multiplicam mais rapidamente na presença de meio que esteve em contacto com UC-MSC, o que sugere que estas células libertam fatores capazes de promover a regeneração do tecido cartilagíneo. Demonstraram ainda que as UC-MSC são capazes, não só de estimular a multiplicação dos condrócitos, como também de atenuar o processo inflamatório característico da osteoartrite. Desta forma, os autores concluem que as UC-MSC conseguem atenuar de forma significativa a osteoartrite, podendo assim vir a ser usadas no seu tratamento.
A osteoartrite é uma doença inflamatória degenerativa das articulações que causa dor e pode tornar-se incapacitante, sobretudo na população idosa. A utilização de células estaminais do tecido do cordão umbilical pode vir a constituir uma alternativa terapêutica eficaz no combate a esta doença, permitindo aos doentes ter uma melhor qualidade de vida.
Referência:
Wang H, et al. The human umbilical cord stem cells improve the viability of OA degenerated chondrocytes. Mol Med Rep. 2018 Jan 9. doi: 10.3892/mmr.2018.8413.