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Utilização de células estaminais do cordão umbilical no tratamento de doença degenerativa do disco intervertebral

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As patologias que afetam a coluna vertebral podem ser causadas por trauma ou fatores genéticos, mas habitualmente são originadas pelo envelhecimento. Podem ter como consequências o desconforto/dor e até perda de mobilidade e de sensibilidade nas extremidades. Entre cada vértebra existem discos cartilaginosos que conferem à coluna vertebral algum grau de mobilidade e permitem ainda uniformizar a pressão exercida entre cada par de vértebras. A degeneração destes discos é um fenómeno natural associado ao envelhecimento. Dados publicados pela Universidade de Columbia (EUA) mencionam que, a partir dos 35 anos, cerca de 30% das pessoas podem manifestar degeneração discal, percentagem que ascende a mais de 90% para pessoas com mais de 60 anos. Esta degeneração considera-se problemática quando é acompanhada de dor ou, em casos mais graves, perda de mobilidade e qualidade de vida, passando a considerar-se Doença Degenerativa do Disco (DDD). A DDD pode manifestar-se com alteração morfológica na coluna vertebral, formação de hérnias discais, inflamação dos tecidos entre as vértebras, e também espessamento do ligamento amarelo (ligamento interno da coluna vertebral), cujas consequências incluem estenose espinal (estreitamento do canal vertebral) e compressão dos nervos ao longo da coluna.

Não tendo cura, a prática de exercício físico localizado, ao permitir um reforço muscular, ajuda na prevenção deste tipo de lesões, e a alteração morfológica, quando detetada, pode ser tratada cirurgicamente com métodos mais ou menos invasivos. Dos menos invasivos destacam-se os que levam à diminuição da pressão no interior dos discos intervertebrais. Desses, são exemplos a injeção intramedular de corticosteroides (com efeito anti-inflamatório), ou a descompressão percutânea dos discos através de laser (PLDD, do inglês Percutaneous laser disc decompression), que permite, por exemplo, tratar hérnias discais por alívio da pressão sobre as terminações nervosas. Esta técnica requer apenas anestesia local e leva a uma recuperação rápida e com menos complicações quando comparada com a cirurgia tradicional. Contudo, a PLDD pode acelerar a degeneração discal, sendo então uma solução a curto prazo. Por essa razão, as comunidades médica e científica procuram alternativas e soluções complementares para o tratamento destas e de outras discopatias. Alguns estudos em diferentes modelos relatam o uso de células estaminais para a regeneração dos tecidos que constituem os discos intervertebrais. As células estaminais mesenquimais são um tipo de células estaminais de grande interesse médico e científico, dado o seu potencial para a regeneração de tecidos e modulação da inflamação. Contudo, é necessário conduzir estudos de modo a determinar a segurança e eficácia do seu uso no contexto da degeneração discal e de outras patologias da coluna vertebral.

Doente com doença degenerativa do disco apresenta recuperação notável após tratamento com PLDD e células estaminais

Um estudo publicado na revista científica International Journal of Surgery Case Reports relata o tratamento de um doente com DDD, cuja inflamação discal na zona lombar causava dor irradiante, falta de força nas pernas (que impactava na sua capacidade de se deslocar) e ainda incontinência urinária e fecal. Este doente foi submetido a PLDD seguida de injeção de células estaminais mesenquimais do cordão umbilical (UC-MSC). Após seis meses, este doente apresentava não só uma redução notável da dor como também uma recuperação funcional substancial da sua mobilidade e qualidade de vida. Estas conclusões são fruto do tratamento de apenas um doente, sendo por isso necessário realizar mais estudos com mais doentes, com a inclusão de um grupo de controlo, e com tempos de acompanhamento que vão além de seis meses após a intervenção, de modo a comprovar não só a segurança como a eficácia deste tipo de tratamento.

Os autores sugerem que a PLDD pode ser combinada com UC-MSC de modo a permitir obter uma abordagem mais completa em que simultaneamente se reduz a pressão nos discos da coluna vertebral, ao mesmo tempo que se promove a regeneração do próprio disco, o que acabará por levar a menor pressão nos nervos e melhorar os sintomas associados a DDD.
 
Referências:

  • https://www.neurosurgery.columbia.edu/patient-care/conditions/degenerative-disc-disease consultado dia 26-12-2024.
  • Rahyussalim, A. J., et al. (2024). Remarkable recovery of lower extremity motor impairment in degenerative disc disease after percutaneous laser disc decompression combined with umbilical cord-derived mesenchymal stem cells implantation: A case report. International Journal of Surgery Case Reports, 118, 109576. https://doi.org/10.1016/j.ijscr.2024.109576.
  • Choy, D. S. J. (1998). Percutaneous Laser Disc Decompression (PLDD): Twelve Years’ Experience with 752 Procedures in 518 Patients. Journal of Clinical Laser Medicine & Surgery, 16(6), 325–331. https://doi.org/10.1089/clm.1998.16.325.
  • Zhang W., et al. Application of stem cells in the repair of intervertebral disc degeneration. Stem Cell Res. Feb 11, 2022; 13.
  • Soufi K.H., et al. Potential role for stem cell regenerative therapy as a treatment for degenerative disc disease and low back pain: a systematic review. Int. J. Mol. Sci. 2023; 24.

 

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